segunda-feira, 29 de novembro de 2010
MOVIMENTO CORPORAL E A MENTE
Dois estudos independentes deram pistas curiosas sobre a tão debatida relação entre corpo e mente. Por meio de experimentos muito diferentes, cientistas demonstraram como alguns movimentos corporais podem favorecer ou atrapalhar o desempenho em tarefas cognitivas. Em um dos estudos, publicado na revista Psychonomic Bulletin & Review, psicólogos da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, penduraram duas cordas no teto de uma sala, a uma distância que não permitia que, pelo estiramento de ambas, a extremidade de uma alcançasse a outra – no entanto, essa era justamente a tarefa que devia ser cumprida. Algumas ferramentas estavam à disposição dos voluntários: um livro, uma chave de boca, um prato e um haltere. Para executar a atividade, a única solução possível era atar um dos objetos à ponta de uma das cordas e balançar as duas.
Antes do teste, entretanto, as pessoas tiveram de fazer alguns exercícios físicos. Para um dos grupos foi pedido que movessem os braços para a frente e para trás. Aos outros voluntários pesquisadores solicitaram que flexionassem e estirassem os braços ao longo do corpo. Para que ninguém tivesse consciência da relação dos movimentos com a tarefa, foram incluídos exercícios “neutros”. Resultado: o índice de acertos foi muito maior entre os participantes que balançaram os braços, enquanto os demais falharam por insistir em estirar as cordas. Posteriormente, questionários revelaram que os voluntários não tinham consciência da relação entre os movimentos corporais e a solução da tarefa.
O segundo experimento, relatado em um artigo na revista Psychological Science, é ainda mais enigmático. Pesquisadores da Universidade de Nijmegen, na Holanda, usaram o Teste de Stroop, em que o participante deve dizer qual a cor das palavras que aparecem na tela do computador. O problema é que muitas dessas palavras são os nomes das cores escritos em outra cor (por exemplo, amarelo aparece grafado em azul) – isso é o que os cientistas chamam de palavras incongruentes –, o que sempre confunde os voluntários e, consequentemente, os induz ao erro.
Antes de o teste começar na tela do computador havia instruções pedindo para os participantes darem quatro passos em uma de quatro direções: para a frente, para trás, para a esquerda ou para a direita. Aqueles que andaram para trás levaram muito menos tempo para dizer, corretamente, a cor em que estavam grafadas as palavras incongruentes. As bases psicofisiológicas dos fenômenos observados nos dois estudos ainda são desconhecidas, mas, segundo os autores, esses achados reafirmam a antiga ideia de que a mente não se limita apenas ao cérebro. Ela compreende o corpo, algo que é descrito por alguns cientistas como “cognição incorporada” (do inglês embodied cognition).
fonte: http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/movimento_corporal_interfere_na_solucao_de_problemas.html
QUANDO O SOM NÃO É PERCEBIDO
Dentro da sala de aula os sons se misturam: conversas em voz alta, barulho de papel e arrastar de cadeiras, e, ainda assim, a maioria das crianças consegue acompanhar a voz do professor. Porém, para vários alunos com dificuldades de leitura isso não acontece. O que foi dito se perde em meio ao barulho, e eles não conseguem distinguir todos os outros sons a sua volta.
Segundo neurocientistas da Universidade Northwestern, nos Estados Unidos, a raiz do problema está no tronco encefálico: em crianças disléxicas essa área aparentemente não reage bem. Os pesquisadores estudaram 30 crianças com idade entre 8 e 13 anos, das quais metade sofria de distúrbios de leitura.
Essas descobertas podem explicar o resultado de outros estudos que demonstraram que a dislexia muitas vezes surge associada a uma percepção acústica ruim da fala. Os pesquisadores sugerem que os professores podem ajudar crianças com esse distúrbio: alunos disléxicos deveriam sentar-se na frente do professor para acompanhar melhor a explicação e, em casos mais graves, usar aparelho auditivo adaptado.
Os resultados foram os esperados: apesar de todas as crianças terem se concentrado no filme, o cérebro dos voluntários sem distúrbios percebeu a sílaba pronunciada com grande exatidão, fato percebido pela linearidade do padrão no eletroencefalograma (EEG). Em crianças com dislexia, esse sinal não ocorreu e o desempenho no segundo teste foi pior do que nas demais.
O tronco encefálico funciona como primeiro ponto de conversão de sinais acústicos depois que o ouvido interno transformou as ondas sonoras em impulsos elétricos. Crianças disléxicas aparentemente têm nesse estágio inicial do processamento sensorial problemas relevantes para diferenciar a fala de outros ruídos ambientes, explica o neurocientista Bharath Chandrasekaran, coordenador do estudo.
Os participantes assistiram a um filme escolhido por eles ao mesmo tempo que ouviam a sílaba “da” no fone de ouvido. Com a ajuda de eletrodos os pesquisadores registraram a atividade cerebral das crianças. Em um segundo teste, os voluntários repetiam frases inteiras que lhes eram ditas, e o volume do barulho que estava ao fundo, usado para distraí-los, aumentava gradativamente.
segunda-feira, 6 de setembro de 2010
ESTÍMULOS E DESENVOLVIMENTO INFANTIL
domingo, 29 de agosto de 2010
CRIANÇAS INTELIGENTES
É comum os pais terem ansiedade em saber se os filhos são realmente inteligentes. Pensando em aumentar a inteligência da criança, alguns deles estimulam seus filhos desde que nascem, de maneira exagerada, tentando ultrapassar o seu desenvolvimento natural.A maturação da criança ocorre enquanto se desenvolve, e quando nasce seu cérebro possui cerca de 100 bilhões de neurônios que realizarão durante a infância, sinapses (conexões entre os neurônios), que funcionaram como meio de aprendizagem e acomodação desta na memória da criança.
"O Dr. Luis Celso Vilanova, chege do Departamento de Neurologia Infantil da Unifesp, ressalta que a Sociedade Americana de Pediatria recomenda que a gestante se abstenha do álcool dutante toda a gravidez, pois mães alcóolatras podem ter filhos com malformações cerebrais." A Síndrome Fetal Alcoólica por exemplo é uma delas, ocasionando no bebê também déficit cognitivo, além de outras funções que estarão em comprometimento.
A inutilidade de se forçar a maturidade infantil é comprovada pela ciência, pois as crianças que possuem estimulação precoce exarcebadas, durante seu desenvolvimento, se igualam a uma criança que obteve níveis de estimulação adequados para a idade. Por exemplo, é comum vermos famílias que acham lindo quando o seu bebê de três anos já poderia ler ou escrever. Não é absurdo? É só uma criança, que terá sua infância perdida.
É verdade que as crianças atualmente estão mais espertas, pois os ambientes estão também muito mais estimuladores, com brinquedos que facilitam o aprendizado da criança. Os pequenos acabam falando mais cedo, e com um vocabulário mais rico. Mas estimular sem "respeitar" o tempo da criança, pode prejudicá-la, pois muitas vezes as funções ainda não estão organicamente preparadas para a chegada das informações, lembrando que o aprendizado se dá não somente pelo recebimento destas, mas também pela assimilação e acomodação. Os períodos certos para se desenvolver determinadas habilidades, são chamados de "janelas de oportunidades"
Também não podemos nos esquecer, que o afeto está inteiramente ligado ao aprendizado. Não somente a quantidade de informações que a criança recebe, mas a qualidade é fundamental para o equilíbrio da aprendizagem. O prazer adquirido no momento em que aprendemos, com alegria, amor e elogios, reforçam as informações que adquirimos.
fonte: http://guiadobebe.uol.com.br/bb2a3/como_os_pais_podem_desenvolver_a_inteligencia_da_crianca.htm
domingo, 22 de agosto de 2010
ATIVIDADES QUE ENVOLVEM O CORPO TODO
sexta-feira, 16 de julho de 2010
PRAXIA FINA
No início do crescimento infantil, a mão torna-se uma das principais formas de diálogo tônico do bebê com sua mãe. Durante a amamentação a criança pode segurar no seio da mãe, e toda sua temperatura é reconhecida pelo bebê através deste toque.
O bebê nas fases iniciais do seu desenvolvimento utiliza mais a palma da mão (reflexo palmar), que irá posteriormente deixar de ser um reflexo para ser um movimento intencional.
Os movimentos mais precisos, como o de pinça realizado pelos dedos polegar e o indicador da mão, vão sendo aprendidos e cada vez mais utilizados nas fases pré escolar e escolar da criança. Mais tarde, a mão se torna um membro fundamental na execução da escrita (forma de representação gráfica da comunicação humana), sendo efetuada pela preensão destes dois dedos com o lápis.
Segundo Bower (in FONSECA,1992:247), a capacidade de preensão de onde evolui ontogeneticamente a praxia fina, pode revelar-se antes do nascimento. A mão é muito utilizada também pelos fetos, com 14 a 16 semanas de gestação, onde já é possível se visualizar toques (em si mesmo) em algumas partes do seu corpo.
PRAXIA GLOBAL
Há sinais de descoordenação mais característicos como: “dismetrias, que retratam a inadaptação às distâncias e aos movimentos exagerados e mal-inibidos; as distonias, que identificam os movimentos tônicos, involuntários, intermitentes e certas paratonias¹° sem qualquer significação funcional; as disquinesias, que identificam os movimentos anormais que surgem efetivamente nas posturas ou nos gestos finalizados, normalmente anárquicos e bruscos, característicos das sacudidelas breves e parasitas, e, por último, as dissincronias, que sugerem inadequada velocidade dos movimentos com dissincronismo e ausência de sinergias a demonstrar desintegração rítmica óbvia, ou seja, a perda de melodia cinética, que segundo Lúria, traduz a realização da praxia.”(FONSECA,1992:228).A praxia é o ato motor harmonioso, provocado pela interação de vários fatores psicomotores importantes como a tonicidade, a equilibração, a lateralização, a noção do corpo, e a estruturação espaço-temporal, ocorrendo de forma precisa e eficiente.
quarta-feira, 30 de junho de 2010
O QUE UMA CRIANÇA DE 3 A 6 ANOS CONSEGUE FAZER?
Como seu desenvolvimento intelectual está a todo vapor, os desenhos começam a ganhar forma. Faz bolas, bonecos, desenha a mamãe, o bebê, o papai. Também consegue colorir os seus desenhos e conhece os números até 10. Sabe inclusive dizer qual o seu sexo.
Seu vocabulário compreende mais de 1000 palavras e ele continua a perguntar incansavelmente o nome dos objetos que não conhece. Sua fala já é elaborada e suas frases completas, com verbos, pronomes, advérbios e artigos.
Socialmente, a criança está mais preparada para se ajustar a novas rotinas como, por exemplo, ir à escola. Nessa idade, ela se despede dos pais com mais facilidade, pois já tem capacidade de entender que eles voltarão para buscá-la mais tarde.
Com 3 anos, os pequenos conseguem receber instruções e obedecê-las, como, por exemplo: “é hora de guardar os brinquedos e lavar as mãos para almoçar”.
Uma grande diversão para eles é participar das tarefas da casa. E eles já são capazes de dar uma mãozinha, ajudando a lavar frutas, guardando livros e revistas espalhados pela casa, passando um paninho para tirar o pó dos brinquedos. Essas atividades ajudam a criança a desenvolver sua auto-estima e sua independência. “
É nesta idade que a criança começa a nos mostrar o quanto e como está aprendendo. Devido a sua maior agilidade motora para realizar tarefas e atividades, e também a sua linguagem verbal estar mais refinada, a criança vai se apresentando mais rápida nas respostas das comandas apresentadas pelo adulto. É importante ressaltar, que ainda é uma criança, e não um mini adulto. Portanto, deve ter em seu tempo diário, espaço para as brincadeiras e atenção familiar. È muito comum hoje em dia, vermos as crianças cheias de atividades extra escolares, tais como, natação, inglês, judô, computação, e sua agenda lotada sem tempo para mais nada. Sobrecarregar os pequenos com excessos de atividades, pode trazer sérios problemas psicológicos e cognitivos, já que mesmo seu cérebro estando no seu auge da aprendizagem global, necessita também de outras atividades. O brincar faz parte do desenvolvimento infantil, e é errado acharmos que dando muitas atividades de trabalho mental, deixaremos nossas crianças mais inteligentes. As funções cerebrais se comunicam, e as atividades psicomotoras (afetivas, cognitivas e motoras) estão presentes nas brincadeiras. Os antigos egípcios já brincavam. “Uma brincadeira que as crianças brasileiras conhecem com o nome de corrupio já era mostrado em relevos do antigo Egito. Nele, duas pessoas em pé colocam os pés em contato pelos dedões. Uma delas se inclina para trás, amparada pelas mãos da outra. Ambas giram: uma ereta como um pino central e a outra, inclinada, rodopia ao redor. É preciso manter a harmonia do movimento e o equilíbrio perfeito. Os egípcios chamavam esse folguedo de erguendo a parreira, por compararem a tontura que ele causa com a sensação da embriaguez. Correr atrás de um aro é outra brincadeira que praticamos ainda hoje. No Egito dois jogadores competiam impulsionando o arco rapidamente. Cada participante segurava um bastão curvo para impedir que o adversário lhe arrebatasse o aro. Era necessário realizar manobras precisas com o corpo e ter observação acurada, particularmente porque o bastão era usado tanto para puxar o arco, quanto para impedir que caisse ao chão. O cabo de guerra é outro jogo que já existia entre os egípcios. Ao invés de usarem uma corda ou um cabo, as crianças faziam uma corrente humana e riscavam uma linha no solo separando as duas equipes. Os chefes de cada grupo ficavam frente a frente segurando-se pelos braços e apoiavam a planta de um dos pés na planta do pé do adversário. Enquanto isso, atrás deles, cada participante agarrava a cintura do companheiro da frente. As equipes puxavam os adversários para seu território e seria vencedor o grupo que conseguisse fazer o time contrário atravessar a linha demarcatória do chão. Essa brincadeira ainda é praticada atualmente na zona rural egípcia. Uma variante dessa contenda é descrita por Pierre Montet: As crianças jogavam todos os jogos que não exigiam grandes meios. Se o número de rapazes chegava, dividiam-se em dois campos. Em cada campo, cada jogador passa os braços em volta do camarada que o precede. Os dois primeiros defrontavam-se pé contra pé, cruzavam as mãos e esforçavam-se mutuamente por se derrubarem. Os que estavam à retaguarda, encorajavam o seu chefe de fila: O teu braço é mais forte do que ele, muito mais. Não o largues! Os outros respondiam: Este campo é mais forte do que tu. Agarra-os, camarada!”
MASSAGEM EM BEBÊ
O oriente descobriu há milênios que o toque é essencial para o desenvolvimento integral do ser humano. Pouco a pouco, nossa civilização vai descobrindo que carícias fazem bem ao corpo e à alma e que quanto mais cedo têm início, melhor. Foi pensado na importância da estimulação tátil desde os primeiros dias de vida, que a americana Eva Reich criou uma massagem para bebês, o Toque da Borboleta.
No Brasil, primeira divulgadora da técnica é a pedagoga Maria Aparecida Alves Giannotti, autora do livro Massagem para bebê – Toque da borboleta. Desde 1981, ela adotou a massagem que tem a vantagem sobre a shantalla de não exigir o uso de óleos e de poder ser feita desde os primeiros dias por ser muito suave.
Muitos benefícios
"A criança avança em termos de desenvolvimentos cognitivo, motor, de autopercepção e efetivo", explica a pedagoga. A primeira é quanto ao padrão de sono, que se torna mais estável.
O toque aumenta a resistência a doenças. Maria Aparecida conta que um pediatra americano dividiu os seus pequenos pacientes em dois grupos. Parte das mães foi orientada a tocar as costas do filho diariamente enquanto as demais não.
Resultado: as crianças que haviam sido tocadas apresentavam menor incidência de doenças infantis. A enfermeira Ruth Rice, que trabalha com prematuros nos EUA, e a própria Eva Reich constataram que os recém-nascidos estimulados através do toque da borboleta apresentavam melhor desenvolvimentos neurológico e melhores reflexos em relação aos que recebiam atendimento de rotina.
A criança desnutrida também sai ganhando - "Muitas vezes, a desnutrição é também de afeto e carinho. A partir do estabelecimento de vínculos afetivos, ela começa a comer. Conseqüentemente, desenvolve-se fisicamente e aceita melhor o carinho"- diz maria Aparecida.
Como é a massagem
No toque da borboleta, os movimentos, sempre suaves, começam na cabeça e vão descendo até os pés. São simétricos e feitos primeiro na frente e depois atrás. No final, o bebê é embalado durante um minuto. "O balanço é superimportante. Segundo o cientista americano Ashley Montegu, ele melhora a digestão. Nos berçários dos hospitais americanos há uma cadeira de balanço para a enfermeira, principalmente em berçários de alto risco", afirma a pedagoga.
Antes de começar, lave as mãos, enxugue-as e esfregue-as, isso concentra a energia. Cada movimento é feito com extrema delicadeza. Só há dois lugares em que se exerce uma certa pressão: na palma das mão e na sola dos pés, sempre em direção aos dedos. Segundo a medicina tradicional chinesa, na sola dos pés estão projetados todos os órgãos. Ao ser massageada, automaticamente os órgãos internos também o são. Para os menos crentes nas técnicas orientais, vale lembrar que mãos e pés contêm muitas terminações nervosas. Mais importante do que a técnica é o modo como é feita. Nada de passar a mão e pronto. Tem de ser uma relação afetuosa, com o adulto olhando atentamente o bebê. Caso tenha sido um parto difícil, às vezes, o bebê não gosta que se toque a sua cabeça. Aí, você pode começar a massagem pelas costas.
Olho no olho
No toque da borboleta, o olhar é tão fundamental quanto a carícia. "Já vi belas fotos de recém-nascidos olhando atentamente para o olhar da mãe. Há um estudo comparando bebês prematuros em que a mãe ficava um longo período olhando para a criança e bebês que não recebiam esse tipo de atenção. Os primeiros desnvolveram um QI bem maior do que os demais".
O lugar ideal
Escolha um ambiente calmo. Dê preferência ao local mais aquecido da casa ou, então, à hora mais quente do dia. Lembre-se que seu filho fica nuzinho durante toda a massagem. Coloque-o sobre um colchonete coberto com um lençol ou uma toalha, pois é comum ele fazer xixi devido ao relaxamento produzido pelo toque.
O melhor horário
Evite fazer a massagem logo depois de alimetar a criança, pois toda a sua energia está focalizada na digestão, ou quando ela estiver com muita fome. Antes ou depois do banho é um bom horário. Aproveite também o tempo em que a criança estiver na banheira para fazer alguns movimentos adicionais. O ideal é tocar a criança três vezes por dia.
Quando o bebê está maiorzinho, dificilmente a mãe conseguirá fazer a massagem mais do que uma vez, pois ele se mexe muito. Se a mamãe quiser aproveitar o momento para ficar conversando com o pequeno, a duração da massagem pode atingir até meia hora. Tudo depende da disponibilidade de ambos.
A massagem pode ser feita desde o nascimento, mesmo em prematuros. É importante, no entanto, respeitar os limites da criança. Se ela demonstrar que não quer ser massageada, não force. Apenas toque o campo energético do bebê (ao redor do corpo), dinamizando-o com movimentos circulares. Isso acalma a criança e possibilita que a massagem seja feita logo em seguida.
quarta-feira, 16 de junho de 2010
A EXPRESSÃO CORPORAL E A INFÂNCIA
O objetivo dessa atividade, que em sua forma especificamente organizada chamamos de expressão corporal, é de nós mesmos tanto para nossa postura, atitudes, gestos e ações cotidianas como para nossas necessidades de exprimir,comunicar, criar, compartilhar e interagir na sociedade em que vivemos. Sem o corpo o homem não existe como tal; valorizamos o corpo à medida que contemplamos o ser humano enquanto entidade que deve desenvolver-se como uma estrutura integrada em movimento, e questionamos a progressiva dicotomização que nossa sociedade tende a fomentar entre nossas áreas psíquica e corporal.
A expressão corporal, como linguagem imediata, afirma o conceito do ser humano expressando a si mesmo, consigo mesmo, sem uma necessidade peremptória* de recorrer a elementos ou instrumentos alheios a ele, o que não significa que em alguns momentos desse processo não possa se servir desses instrumentos.
Consideramos a atividade organizada sob o nome de expressão corporal, dotada de objetivos específicos, como uma atividade artística, desde que por artístico se entenda tudo aquilo que desenvolve a sensibilidade, a imaginação, a criatividade e a comunicação humana.
É uma linguagem por meio da qual o indivíduo pode sentir-se, perceber-se, conhecer-se e manisfestar-se. É um aprendizado em si mesmo: o que o indivíduo sente, o que quer dizer e como quer dizê-lo.
Aprendizado de si mesmo: com esse conceito não estamos dizendo que os atos da criança percam a espontaneidade, mas que, pelo contrário, o ser humano é por natureza um ser espontâneo que põe em jogo, a cada instante, a sua capacidade criativa.
Nesse aprendizado de si mesmo apelamos à sua possibilidade de transformação e ao aproveitamento de sua própria espontaneidade e criatividade com o objetivo de chegar a um maior aprofundamento e enriquecimento de sua atividade natural.
A expressão corporal é, assim, uma espécie de estilo pessoal de cada indivíduo, manifestando através de seus movimentos, posições e atitudes.
É o aprofundamento de si mesmo, mas não só isso, uma vez que esse aprofundamento tem uma finalidade: comunicar-se. É o aprofundamento da maneira de interagir com outros. Isso implica que, embora não haja necessariamente um aprendizado de uma série de passos ou gestos preestabelecidos, chegar-se-á à concretização de certos padrões de conduta compartilhados. Existe em cada indivíduo a necessidade básica de poder expressar-se tal como é, e o desejo de que essa expressão, mesmo não sendo compartilhada, seja compreendida por ele ou pelos outros.
* decisiva
fonte: Expressão corporal na pré-escola (Patricia Stokoe e Ruth Harf)
A PSICOMOTRICIDADE E O BRINQUEDO
"É uma verdade que o brinquedo é apenas o suporte do jogo, do brincar, e que é possível brincar com a imaginação. Mas é verdade também que sem brinquedo é muito mais difícil realizar a atividade lúdica (...). Se a criança gosta de brincar, gosta também de brinquedo. Porque as duas coisas estão intrinsicamente ligadas. (Vital Didonet)
"Como já vimos, o ato de brincar é fundamental para a formação física, emocional e intelectual da criança. E os brinquedos são ferramentas que podemos oferecer aos nossos filhos para ajudá-los a se desenvolver da maneira mais saudável possível. Pensando assim, sentimos certa aflição, decorrente da nossa grande responsabilidade nesse sentido, ao nos vermos obrigados a escolher um brinquedo. Buscamos sempre o brinquedo ideal. No entanto, esse é um conceito que não existe. Cada tipo de brinquedo pode estimular determinadas qualidades e habilidades da criança.
Lembre-se de que o conhecimento da fase de desenvolvimento na qual a criança se encontra é fundamental para escolher um brinquedo adequado. Você vai se perguntar, mas afinal, o que isso significa exatamente?
É importante ressaltar que as fases do desenvolvimento podem tomar tempos diferentes para cada criança. Quando fazemos separações e classificações por idades, é preciso levar em conta que se trata de uma aproximação, de uma média que reflete o tempo de maturação da maioria das crianças, podendo, no entanto, haver variações significativas de indivíduo para indivíduo. Se a criança apresenta alguma dificuldade com os brinquedos da idade apontada, não hesite em priorizar a criança e não o rótulo. Se você, como pai, observa no seu filho uma defasagem muito grande com relação à sugestão de idade apresentada, busque uma orientação especializada, pois algumas crianças especiais não terão a idade cronológica correspondendo à etapa do seu desenvolvimento. Nesse ponto, a atitude dos pais é fundamental para que a criança se sinta valorizada nas suas capacidades, independentemente de suas limitações.
Acontece com alguma frequência os pais acharem que a criança está à frente do desenvolvimento previsto para a sua idade. Embora isso possa ser verdade em alguns casos, de um modo geral os pais tendem a supervalorizar os filhos. Não há nada de errado nisso, mas devemos ficar atentos ao perigo de oferecer à criança brinquedos que estejam além da sua capacidade. Isso pode ser bastante prejudicial, causando muitas vezes frustação e abalando sua auto estima. Ela se sentirá dependente do adulto para brincar e provavelmente o potencial do brinquedo ficará inexplorado.
Existe uma grande variedade de tipos de brinquedos, jogos e atividades, principalmente para as crianças com três anos ou mais. É fundamental que a criança possa dispor da maior variedade possível de tipos de brinquedos, visto que cada um contribui mais diretamente com alguns aspectos do seu desenvolvimento.
fonte: Brinca comigo: tudo sobre o brincar e os brinquedos (Silvia Zatz, André Zats, e Sérgio Halaban)
domingo, 30 de maio de 2010
DEFICIÊNCIA MENTAL
- Inteligência prática: habilidade de uma pessoa em manter-se independente em A.V.D.’s (atividades de vida diária), incluindo atividades sensório-motoras (escovação dos dentes e cabelos, alimentação) e auto-cuidado e segurança (vestir-se e andar sozinha) e do desenvolvimento neuropsicomotor;
- Inteligência social: habilidade de compreensão de comportamentos de outras pessoas e em situações sociais;
- Inteligência conceitual: refere-se a capacidade de resolução de conceitos abstratos (leitura, escrita)
- Conforme VERDUGO :
- Os aspectos em prejuízo, devem aparecer durante a infância;
- - As pessoas portadoras, não tem todas as áreas das habilidades, em “prejuízo”;
- INTERMITENTE:
apoio quando necessário; sempre em que houver necessidade; durante momentos de transição de ciclos do desenvolvimento;
- LIMITADO:
apoios intensivos, por tempo limitado; menor número de profissionais envolvidos;
- EXTENSO:
apoios caracterizados por sua regularidade e sem limitação de tempo; apoio a longo prazo;”
Seu desenvolvimento irá depender de vários fatores que contribuirão, para uma melhoria em sua reabilitação, tais como, oportunidades vivificadas; apoio terapêutico e familiar; tipo de patologia diagnosticada (leve, moderada ou grave);
- Cerca de 10% da população mundial em países em desenvolvimento, possuem algum tipo de deficiência, sendo que a metade são portadores de deficiência mental;
- Causas e/ou fatores de risco: desnutrição materna; má assistência à gestante; doenças infecciosas durante a gestação (sífilis, rubéola, toxoplasmose); produtos tóxicos (álcool, drogas e medicamentos); problemas no parto; hipóxia ou anóxia; prematuridade e baixo peso; icterícia grave em recém nascido; incompatibilidade sanguínea; desnutrição infantil e meningoencefalites e sarampo
Bibliografia: TRANSTORNOS DE APRENDIZAGEM: APRENDIZAGEM NEUROBILIOLÓGICA E MULTICIPLINAR – NEWRA TELLECHEA ROTTA, LYGIA OHLWEILER E RUDIMAR DOS SANTOS RIESGO
DIFICULDADE OU TRANSTORNO
- CRIANÇAS QUE POSSUEM DEFICIÊNCIAS DE PROCESSAMENTO DA LINGUAGEM, POSSUÍRAM DIFICULDADES NA PALAVRA FALADA E / OU TIVERAM UM ATRASO NA LINGUAGEM, PODEM APRESENTAR
DIFICULDADES DE LEITURA E ESCRITA;
- OS PROBLEMAS DE PRAXIA FINA, NA VERDADE SÃO UMA CONSEQÜÊNCIA DA PRAXIA GLOBAL E COMEÇAM A DAR SINAIS NA PRÉ ESCOLA (ATÉ 4 ANOS);
- DIFICULDADES DE CÁLCULO, ESTÃO RELACIONADAS COM PROBLEMAS DE NOÇÃO CORPORAL E LATERALIDADE;
EM PESQUISAS EFETUADAS, ESTÁ SENDO COMPROVADO QUE A HEREDITARIEDADE EXERCE UM PAPEL BEM MAIOR NA DETERMINAÇÃO DAS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM, DO QUE SE PODIA IMAGINAR
DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM: PODEM SER ASSIM CHAMADAS DE PERCURSO, CAUSADAS POR PROBLEMAS DA ESCOLA E/OU FAMÍLIA, QUE NEM SEMPRE OFERECEM CONDIÇÕES aDEQUADAS PARA O SUCESSO DA CRIANÇA.
TRANSTORNO DE APRENDIZAGEM: COMPREENDEM UMA hABILIDADE ESPECÍFICA, COMO DE LEITURA, ESCRITA OU MATEMÁTICA, EM INDIVÍDUOS QUE APRESENTAM RESULTADOS SIGNIFICATIVAMENTE ABAIXO DO ESPERADO PARA SEU NÍVEL DE DESENVOLVIMENTO ESCOLARIDADE E CAPACIDADE INTELECTUAL, E ESTÁ ENVOLVIDO A ALGUMA DISFUNÇÃO NO S.N.C
TRANSTORNOS DE APRENDIZAGEM: APRENDIZAGEM NEUROBILIOLÓGICA E MULTICIPLINAR – NEWRA TELLECHEA ROTTA, LYGIA OHLWEILER E RUDIMAR DOS SANTOS RIESGO
terça-feira, 25 de maio de 2010
O SUJEITO EM RELAÇÃO AO ESPAÇO
"Ao longo do seu desenvolvimento, a criança constrói a noção de espaço. No princípio, ela é determinada pelo conhecimento e pela diferenciação de seu eu corporal em relação ao mundo que a rodeia para, posteriormente e sobre a informação que lhe proporciona seu próprio corpo, perceber o espaço exterior e orientar-se nele. Através da percepção dinâmica do espaço vivido, se inicia progressivamente a abstração do espaço exterior, até chegar à noção de distância e à orientação dos objetos em relação ao eu e de um objeto em relação a outro. Finalmente, a criança é capaz de transpor essas noções gerais para o plano reduzido e abstrato que o grafismo supõe.
Podemos dizer que, em um primeiro momento, a criança se orienta em relação ao espaço desenvolvendo as chamadas relações topológicas, que, de acordo com Conde (1997), possibilita o conhecimento dos seguintes conceitos espaciais:
- relações de orientação: esquerda-direita, acima-abaixo, em frente-trás;
- relações de situação: dentro-fora, em cima-embaixo, interior-exterior, aqui-ali...
- relações de superfície: espaços cheios, espaços vazios...
- relações de tamanho: grande-pequeno, alto-baixo, largo-estreito...
- relações de direção: à esquerda, à direita, a partir daqui...
- relações de distância: perto-longe, junto-separado...
- relações de ordem ou sucessão: primeiro, último, sequências por diversas qualidades...
A sessão de prática psicomotora se constitui em uma fonte inesgotável de oportunidades para que a criança experimente e construa a noção de espaço. Por sua vez, vai projetando nos objetos as aquisições e as conquistas espaciais que realiza. Assim, a criança conhece as noções que orientam seu corpo sob as coordenadas de em cima-embaixo, em frente-trás e direita-esquerda, as quais atuam como eixos permanentes e orientadores do mesmo.
A distribuição da sala em espaços, a existência de materiais macios e duros em que a criança pode realizar atividades diferentes ligadas aos objetos, ajudam-na a se orientar espacialmente nesse lugar. Do mesmo modo, os circuitos que realiza no espaço sensório-motor, a progressão nas construções que realiza no espaço do jogo simbólico com as almofadas e as construções com madeiras no espaço da representação contribuem para que a criança adquira, pouco a pouco, uma organização mais complexa do espaço e possa realizar extrapolações do mesmo em suas produções gráficas."
COMO ACONTECE O TEMPO PARA A CRIANÇA
sexta-feira, 7 de maio de 2010
A REPRESENTAÇÃO DO CORPO ATRAVÉS DO DESENHO DA FIGURA
O desenho da figura humana expressa as funções adquiridas pela criança durante o seu desenvolvimento, dentro de um senso comum (onde todos os indivíduos passam pelas mesmas fases de desenvolvimento), dentro de uma realidade infinita e finita.
A realidade infinita é tudo o que eu posso idealizar e que não dá para ser expressa em uma folha de papel, e a finita é a que pode ser representada até mesmo graficamente.
O desenho do corpo, nada mais é que a expressão gráfica de toda a experiência corporal vivenciada pela criança, através dos receptores de informações como a visão, o tato, e o sentido cinestésico, que as integram na análise, na síntese e no processamento ocorridos no cérebro.
Quando a criança apresenta desenhos da figura humana empobrecidos no esquema e imagem corporal (fora da faixa etária em que se encontra, ou com omissões de partes do corpo) tem-se também uma escrita pobre. Isso porque a primeira mensagem transmitida para o outro, é a do corpo, e se essa não está elaborada e estruturada, as demais conseqüentemente poderão estar comprometidas.
“O desenho do corpo não substitui a multiplicidade de dados afetivos, emocionais, projetivos, cognitivos, etc.,inseridos na noção do corpo. Isoladamente considerado, não fornece a totalidade dos aspectos somatogósicos, nem pode espelhar o potencial intelectual de uma criança: trata-se de um precioso auxiliar que deve ser perspectivado com outros dados.”(FONSECA,1992:196)
Quando uma criança desenha, coloca no traçado toda uma idéia, um desejo, uma aprendizagem, e por isso o adulto deve ter uma análise muito cautelosa e observadora para a mensagem gráfica. Nas perguntas feitas sobre o que a criança desenhou, os elogios são muito importantes, já que para a criança, seu desenho é claro na representação de seu pensamento. As críticas feitas, podem bloquear toda a criatividade de uma criança, no ato de desenhar.
É a partir dos 3 anos que a criança começa a realizar o desenho da figura humana com intencionalidade, sendo a garatuja uma forma de traçado. Os círculos surgidos no papel, representam o primeiro conhecimento corporal – a cabeça – que para todo indivíduo, tem funções essenciais como alimentação, fala, pensamento, audição e visão. Entre 4 e 5 anos, começam a surgir os detalhes dentro do círculo (o que é esperado em todas as avaliações), representando assim os membros e partes específicas do corpo como olhos, boca, nariz, braços e pernas. Surge a relação consciente do corpo no espaço, quando a criança desenha suas figuras humanas na vertical (onde passa a maior parte do tempo, com o seu corpo), e de frente (parte do corpo que é mais explorada pela visão).
“No início, o corpo era único, um bloco indivisível, um todo redondo feito uma mandala, um ovo, um casulo. Desse núcleo, nascem outros elementos gráficos que se alongam para fora: membros, galhos, raios, dedos, pés, as extremidades.”(DERDYK,1990:119).“Os pontos significativos do desenho da Figura Humana são:
2- A qualidade do desenho
3- A proporcionalidade do desenho
4- O contexto do desenho
5- Os aspectos grafomotores” (LOUREIRO,2004:54)
Através do desenho da figura humana podemos analisar alguns aspectos psicomotores importantes como a tonicidade (como o traçado se apresenta no papel – forte ou fraco), equilibração (a postura da criança durante a atividade; a própria figura representada no desenho - inclinado ou apresentado em linha reta), esquema e imagem corporal (representação do corpo de uma pessoa, não de um objeto ou animal; omissão ou apresentação das partes do corpo), lateralidade (podendo a partir de 7 anos, já apresentar uma melhor qualidade no desenho para o lado motor dominante da criança – mãos, pés e olho), orientação espacial (tamanho da figura humana e utilização do espaço no papel), e praxias glogal e fina (postura global da criança ao
desenhar; e preensão – como a criança segura no lápis - e pressão do lápis sobre o papel).
FONTE: DO ABANDONO AO REENCONTRO COM O DIÁLOGO TÔNICO (LUCIANA GURGEL, FRANÇA, 2007)
EQUILIBRAÇÃO
As fases podem variar com relação ao tempo, de criança para criança, porém existe um limite a ser respeitado. “Na marcha, o passo é a acomodação do pé e do equilíbrio ao solo, às irregularidades ou desnivelamentos, e ao porte, às resistências que ela encontra.”(WALLON,1971:49).
EQUILÍBRIO ESTÁTICO No equilíbrio estático, o corpo mantém-se imóvel (parado), durante algum tempo.
EQUILÍBRIO DINÂMICO No equilíbrio dinâmico, o corpo está em movimento pelo espaço que o rodeia. Como disse anteriormente, a equilibração acontece por haver uma integração entre o tronco cerebral, cerebelo e gânglios de base. Caso não possa haver participação desses centros no processo, outros (superiores) é que intervirão, o que acarretará complicações nas funções como noção do corpo, estruturação espaço-temporal, e as praxias global e fina. Estando na base de entrada e saída das informações, pois se encontra na primeira unidade neurofuncional do modelo luriano, a equilibração participa na transformação do conhecimento adquirido em reação mental, sendo fundamental no trabalho das atividade cerebrais (psicomotoras, simbólicas, motoras, etc).
FONTE: Do Abandono ao Reencontro com o Diálogo Tônico (Luciana Gurgel, França, 2007)
domingo, 2 de maio de 2010
O COMPORTAMENTO VISUAL DO BEBÊ
Amigos, este artigo é de extrema importância, pois iremos ter uma outra leitura sobre como a visão do bebê é construída ao longo do seu desenvolvimento. Espero que gostem!
"Nesse sentido, o comportamento visual desempenha um papel
primordial no desenvolvimento motor e lingüístico do ser
humano, sem o qual a sua caminhada não seria alcançada
(BRONOWSKY, 1986). No bebê, alguns reflexos visuais já estão
presentes desde o sétimo mês de gestação, mostrando que, nesta
época de vida uterina, mediante as vias ópticas, já acontece uma
reação pupilar primitiva e a criança reconhece a luz. O estímulo
vai até ao córtex e se tem uma resposta em forma de constituição
visual. Por exemplo, se você acender uma luz forte na barriga de
uma gestante, o bebê vai reagir tentando fugir.
A partir do sétimo mês de vida fetal até o terceiro mês de vida
fora do útero, aparece o fenômeno dos olhos de boneca japonesa:
quando se rota, flexiona ou estende-se a cabeça da criança, seus olhos
permanecem fixos, não acompanham o movimento da cabeça, parecendo
deslocar-se em sentido inverso; este reflexo é progressivamente
inibido, isto é, suprimido ou diminuído da atividade duma parte do
organismo, por efeito da excitação nervosa, e logo substituído pelo
reflexo de fixação ocular que marca a capacidade da criança de fixar
seu olhar após um mês do nascimento (CORIAT, 1991).
De acordo com Galahue e Ozmun (2003, p. 172), “o período
de inibição desaparece se o reflexo for exercitado”; e este processo
de inibição pode ocorrer até o quarto mês de vida (SCHWARTZMAN,
2003). Na gestação, a partir do sexto mês, o bebê já tem
o reflexo palpebral à luz. Diante de uma luz intensa, ele fecha os
olhos. Depois, ele tem o reflexo que chamamos olho-pescoço:
diante de uma luz intensa ele fecha os olhos e joga a cabecinha
para trás. Obviamente, são mecanismos de defesa com os quais
essa criança já conta desde a metade da gestação. Já demonstra
reflexos palpebrais ao som. O curioso é que, a partir do sexto e
sétimo meses de gestação, a criança arregala os olhos ao ouvir o
som como se estivesse prestando atenção ao que está acontecendo.
É como se fosse um sinal de alerta. A sons intensos, ela fecha
os olhos, o que provavelmente também é um reflexo de defesa.
É a partir daí que os reflexos têm inúmeras explicações e interrelações:
reflexos ciliares, corneanos, naso-palpebrais etc., que estão
enraizados no processo de maturação do bebê; intimamente ligados
entre si; isolados, tornam-se uma abstração; eles se desenvolvem, se modificam e se adaptam às circunstâncias do momento,do meio, da saúde geral da criança, da sua idade e do seu temperamento(CORIAT, 1991). Uma série de reflexos já está presente.
Quase todos a partir da metade da vida fetal. Alguns permanecem,
fazendo parte da vida do bebê; outros se modificam, e outros desaparecem.
A carga presente desses reflexos é pequena, mas o
suficiente para piscar, por exemplo, se um objeto se dirige a seu
rosto, como se defendendo da quantidade de brilho daquele objeto.
E o comportamento vai se tornando cada vez mais complexo e organizado,
numa progressão do simples, desorganizado e inabilidoso
para o altamente organizado, complexo e habilidoso (BARELA,
2003). O neonato, já na sala de parto, dirige a cabeça para uma fonte
de luz moderada e afasta a cabeça de uma fonte de luz intensa
(SCHWARTZMAN, 2003).
Entre quatro e sete semanas de nascido, o bebê já estabelece
contato visual, ou seja, já está presente o contato visual no nascimento,
o que vai favorecer a interação social entre bebê e mãe.
O contato visual entre mãe e bebê é um argumento que se tem
hoje para demonstrar que esta condição chamada autismo – distúrbio
do desenvolvimento da cognição causado por lesões no
cérebro – é consciência, isto é, o indivíduo nasce autista, ele não
fica autista depois (SCHWARTZMAN, 2003). “Existem muitas
etiologias, tais como a genética, acidentes pré ou perinatais, infecções,
e, em 25% – 40% dos casos, o autismo está ligado a outras
síndromes neurológicas” (NILSSON, 2003, p. 23). Desse
modo, quase toda criança com esta condição, em qualquer nível
de inteligência, precisa de ajuda com planejamento, pois é muito
difícil para a criança autista ter empatia e, para ela, o mundo social
é muito confuso (BARON-COHEN, 2003).
A interação tátil entre mãe e bebê também tem um enorme
significado nos processos precoces de comunicação, certamente
inscritos e projetados no desenvolvimento emocional da criança,
cujo paradigma antagônico é ilustrado nas crianças autistas, em
que a intensa sincronização entre os dois protagonistas é inexistente
(FONSECA, 1998).
Então, como entrar em contato com uma criança autista? Para
poder estabelecer um contato com o outro ser e abrir algum canal de
comunicação, surge a necessidade de imitar o outro, ou de fazer algo
igual ao outro com quem pretendemos entrar em contato. Em se
estudos, tratando da criança autista, é necessário imitar alguns sons que ela
emite (BENZENON, 1988). É necessário também que as pessoas
que estejam próximas a ela tenham tolerância e a valorizem, do
contrário, poderá levá-la a problemas graves, até mesmo à destruição
de sua vida social (BARON-COHEN, 2003). Ninguém melhor
do que a mãe para exercer este papel: esta ajuda planejada.
Entre duas e doze semanas, a criança normal já fixa os objetos,
já fixa claramente a face da mãe e já segue alguns objetos com
o olhar. Aos três meses, coloca as mãos em frente aos olhos. Não
necessariamente porque melhorou a visão, mas porque nesta fase
de idade algo já se começa a firmar em atitudes simétricas. E as
suas mãozinhas podem ser colocadas à frente do rosto e na linha
média do corpo. Entre três e quatro meses, reage ao seu reflexo no
espelho. Mostra interesse por outras crianças. Meninas, mais do
que meninos. Parece que já há uma diferença atuando quanto à
empatia e à competência social e, depois, marca a diferença entre
os sexos, já na criança pequena.
Os cientistas sociais fazem uma distinção entre diferenças sociais,
que são as diferenças biológicas entre homens e
mulheres, e as diferenças de gênero, que são as diferenças
culturais nos papéis e comportamentos dos dois sexos
(BERGER, 2000, p. 210).
Diferença apoiada em bases genéticas e em recentes pesquisas
em neurobiologia, que descobriram diferenças nos cérebros
dos homens e das mulheres. O cérebro feminino seria, em geral,
mais bem adaptado para o mundo social, mais ligado aos sentimentos
e às emoções. Nas mulheres, o corpo caloso tende a ser
mais espesso, e a maturação total do cérebro parece ocorrer mais
rapidamente do que nos homens. Isso pode justificar o fato de as
meninas tenderem a ser ligeiramente mais avançadas que os meninos
em habilidades tais como ler, escrever e olhar mapas que
demandam a coordenação simultânea de várias áreas do cérebro
(DUDEK et al., 1994). O cérebro feminino é muito bem adaptado
para entender a relações entre as pessoas e para as atividades
que envolvam o cuidado com gente, como a maternagem (cuidado
para com o bebê), a medicina e o magistério (BARONCOHEN,
2003).
abstrato, com as regras por trás de sistemas como computadores,
automóveis, equações matemáticas ou música. Nos homens,
a atividade do neurônio e a formação dos dendritos, no hemisfério
direito, tendem a ser mais pronunciada do que nas mulheres.
O hemisfério direito está relacionado com as habilidades lógicas
e espaciais e com os processos matemáticos, de modo que
poderia justificar a típica superioridade dos meninos nessas áreas,
uma superioridade que acaba levando mais homens do que
mulheres para a área de engenheiros, físicos e pilotos. O cérebro
masculino é muito bem adaptado para a matemática, engenharia,
computação e para áreas técnicas em geral, em que o conhecimento
é organizado de acordo com leis ou regras (BARONCOHEN,
2003).
Essas diferenças cerebrais, de acordo com Gaulin (1993),
Hines (1993) e Baron-Cohen (2003), são fruto de hormônios que
agem durante a gestação e na infância e que talvez sejam controlados
pelos genes.
Esta evolução continua até chegar aos padrões que a gente
considera serem do adulto. A acuidade visual (grau de pormenores
que podem ser observados em um objeto), por exemplo, aumenta
rapidamente a partir do nascimento. No nascimento, é menor
que 6/24m e, à medida que o tempo vai passando, rapidamente ela
vai chegando aos 6/6m, que é o padrão normal do adulto, adquirida
por volta dos dois anos. A criança pequena não tem acomodação,
isto é, a capacidade de fixar objetos em diferentes distâncias,
permitindo ao cristalino a habilidade de cada olho variar sua curvatura
a fim de acomodar a imagem na retina em um foco preciso.
De modo que seu foco visual é muito limitado. Ela enxerga relativamente
bem objetos colocados a 20 e 30 centímetros do seu rosto.
E, coincidentemente, é a distância que vai do seu rosto, quando
mama no peito, ao rosto da mãe. Desse modo, parece ser um equipamento
que já esteja pronto. Em suma, sua visão é nublada ao
nascimento, melhorando até a idade de dois anos."
PROJETOS NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Nesta semana, eu dedico meu blog a todas as minhas queridas ALUNAS DE EDUCAÇÃO INFANTIL DA PREFEITURA DE SP, do curso de narrativas infantil, onde as participações tem sido de grande importância para meu aprendizado e reeleitura da importância real do professor na primeira infância. Segue abaixo um artigo muito interessante sobre projetos na educação.
O projeto deve ser considerado como um recurso, uma ajuda, uma metodologia de trabalho destinada a dar vida ao conteúdo tornando a escola mais atraente. Significa acabar com o monopólio do professor tradicional que decide e define ele mesmo o conteúdo e as tarefas a serem desenvolvidas, valorizando o que os alunos já sabem ou respeitando o que desejam aprender naquele momento. Na Pedagogia de Projetos, a atividade do sujeito aprendiz é determinante na construção de seu saber operatório e esse sujeito, que nunca está sozinho ou isolado, age em constante interação com os meios ao seu redor. Segundo Paulo Freire "o trabalho do professor é o trabalho do professor com os alunos e não do professor consigo mesmo". O papel do educador, em suas intervenções, é o de estimular, observar e mediar, criando situações de aprendizagem significativa. É fundamental que este saiba produzir perguntas pertinentes que façam os alunos pensarem a respeito do conhecimento que se espera construir, pois uma das tarefas do educador é, não só fazer o aluno pensar, mas acima de tudo, ensiná-lo a pensar certo. O mais importante no trabalho com projetos não é a origem do tema, mas o tratamento dispensado a ele, pois é preciso saber estimular o trabalho a fim de que se torne interesse do grupo e não de alguns alunos ou do professor, só assim o estudo envolverá a todos de maneira ativa e participativa nas diferentes etapas. É importante perceber a criança como um ser em desenvolvimento, com vontade e decisões próprias, cujos conhecimentos, habilidades e atitudes são adquiridos em função de suas experiências, em contato com o meio, e através de uma participação ativa na resolução de problemas e dificuldades. Por isso, ao desenvolver um projeto de trabalho, os educadores devem estar cientes que algumas etapas devem seguidas: A primeira delas é a intenção, na qual o professor deve organizar e estabelecer seus objetivos pensando nas necessidades de seus alunos, para posteriormente se instrumentalizar e problematizar o assunto, direcionando a curiosidade dos alunos para a montagem do projeto. Em seguida, a preparação e o planejamento; nesta segunda etapa, planeja-se o desenvolvimento com as atividades principais, as estratégias, a coleta do material de pesquisa, a definição do tempo de duração do projeto, e como será o fechamento do estudo do mesmo. Ainda nesta fase, o professor deve, elaborar com os alunos a diagnose do projeto que consiste em registrar os conhecimentos prévios sobre o tema (o que já sabemos), as dúvidas, questionamentos e curiosidades a respeito do tema (o que queremos saber) e onde pesquisar sobre o tema, objetivando encontrar respostas aos questionamentos anteriores (como descobrir). Essas atividades prestam-se a valorizar o esforço infantil, contribuindo para a formação do autoconceito positivo. Execução ou desenvolvimento; é nesta etapa que ocorre a realização das atividades planejadas, sempre com a participação ativa dos alunos, pois eles são sujeitos da produção do saber e, afinal, ensinar não é transferir conhecimento, mas criar possibilidades para sua construção. É interessante realizar, periodicamente, relatórios parciais orais ou escritos a fim de acompanhar o desenvolvimento do tema. E enfim, a apreciação final, na qual é necessário avaliar os trabalhos que foram programados e desenvolvidos, dando sempre oportunidade ao aluno de verbalizar seus sentimentos sobre o desenrolar do projeto, desse modo ao retomar o processo, a turma organiza, constrói saberes e competências, opina, avalia e tira conclusões coletivamente; o que promove crescimento tanto no âmbito cognitivo, quanto no social, afetivo e emocional. É possível a realização de dois ou três projetos concomitantes com bastante proveito, uma vez que podem abranger diversas áreas de conhecimento, o que oportuniza o desenvolvimento da autonomia para solucionar problemas com o espírito de iniciativa e de solidariedade. "
sábado, 24 de abril de 2010
Alguns sintomas de defensividade sensorial são:
• Responder a todos os sons ambientais, mesmo aqueles que ninguém mais parece perceber;• Cobrir os ouvidos quando ouve sons que a desagradam;• Assustar com frequência excessiva;• Comentar ou ser incomodada por cheiros que ninguém mais parece perceber;• Ser incomodada por luz ou claridade excessiva• Ficar fascinada por perfumes ou cheiros que a agradam• Evita tocar certas texturas ou se recusa a vestir certas roupas
Os sentidos estão muito ”acesos”, sempre presentes; parece não haver filtro e tudo chega com a mesma intensidade. Evidentemente é difícil para essa criança ficar quieta e trabalhar como os demais. Por exemplo, se o colega lá atrás derruba um lápis, ela precisa olhar. Se alguém trouxe um lanche com banana, ela precisa comentar. Tem necessidade de tocar a roupinha do colega para saber que textura tem. Acaba dando uma impressão de hiperatividade e tem terrível dificuldade em se concentrar. Um outro aspecto que se encontra às vezes é uma dormência sensorial. A criança responde a menos à informação trazida pelos sentidos. É o exato oposto do caso anterior: Características dessa criança são:
• Às vezes tem dificuldade em saber quando está saciada; tende a comer mais que o esperado para a idade;• Gosta de todos os tipos de comida• Ignora sons ambientais incomodativos• Não reage quando se fala com ela, muitas vezes havendo suspeita de deficiência auditiva• Não reage a cheiros desagradáveis, tais como as próprias fezes• Toca tudo que encontra; anda passando a mão pela parede• Aperta as outras crianças, animais, gosta de morder ou ser mordida• Consciência de dor diminuida; por exemplo, desde pequena não chora ao cair ou ao tomar uma injeção• Demora muito a conseguir um controle esfincteriano adequado
Tanto os sintomas descritos para dormência sensorial como para defensividade sensorial não são uma lista completa – são apenas exemplos. Ambos os problemas são uma questão de modulação. Integração sensorial não é uma questão de ter ou não ter. É um contínuo em que o ideal é estar na linha média – nem muito à direita nem muito à esquerda.
Dormência sensorial______Boa Integração Sensorial______ defensividade sensorial
Esses problemas podem ser bastante diminuidos com a ajuda de uma terapia com uma abordagem de integração sensorial
PLANEJAMENTO MOTOR
quarta-feira, 21 de abril de 2010
DIÁLOGO TÔNICO
"A íntima dependência recíproca existente entre as contrações e a sensibilidade tônica constitui a razão inicial do papel que a atividade postural representará, particularmente por intermédio das emoções na evolução psíquica. No momento em que se produz, a contração enseja a sensação e dela recebe um novo estímulo. Entre as duas inexiste intervalo, como a excitação periférica e o reflexo. Eles se desenvolvem ao mesmo tempo, e se especificam uns aos outros." (Wallon, 1971)
terça-feira, 13 de abril de 2010
BEBÊS PREMATUROS DISTINGUEM OBJETOS PELO TATO
domingo, 4 de abril de 2010
LATERALIDADE X DOMINÂNCIA LATERAL
A ambidestria é uma doença, pois se é científico que temos um lado dominante devido a dominância de um hemisférios, se forçarmos o outro lado, podemos desorganizar a função cerebral, e o corpo reagir negativamente. Nosso corpo pede equilíbrio, e quando nos desorganizamos, ele atua com compensação, e reage em outra função (podemos perceber com quem tem problemas de coluna por má postura, nada mais é do que uma reação do corpo para manter o equilibrio postural).
Com relação a dominância lateral ainda, chamamos de Dominância Cruzada, quando temos na parte superior a dominância de um lado e na parte inferior (pés) do outro (mão direita e pé esquerdo). Isso não é adequado, e geralmente é comum em crianças portadoras de disfunções psicomotoras.Existe também a Dominância Lateral Indefinida, ou seja, a pessoa usa um lado para atividades espontâneas e o outro para o grafismo, por exemplo. O lado motor, tem que ser bem utilizado para qualquer tipo de atividade. Os cansaços são muito comuns (são chamados por alguns professores de preguiças), porém devemos ter um olhar preciso, pois pode ser um sinal de alteração funcional de tônus, ou seja, teoricamente seria um cansaço motor, por algum problema de ordem funcional na tonicidade da criança (geralmente na hipotonicidade - relaxamento excessivo da tonicidade).
A nomenclatura Lateralidade, vem da noção dos lados direito e esquerdo, e é conseguida pela criança até mais ou menos seis anos. Após esta idade, podemos considerar como um distúrbio. Lembramos que esta noção deve ser avaliada em si mesmo, no outro (com a pessoa virada de frente, para ser verificado se a criança não espelha), e no meio, girando a pessoa 360º, pois o corpo muda toda a direção do espaço.
quarta-feira, 31 de março de 2010
A RELAÇÃO DO CÉREBRO COM A APRENDIZAGEM
Este artigo de DULCE CONSUELO R.SOARES é muito interessane:
Segundo Johnson & Myklebust o cérebro funciona de forma semi – autônoma, ou seja, um sistema pode funcionar sozinho; pode funcionar com dois ou mais sistemas; ou pode funcionar de forma integrada ( todos os sistemas funcionando ao mesmo tempo).
Os sistemas mais presentes a nível de distúrbios neurogênicos são: auditivo, visual e tátil.
O objetivo deste artigo é traçar uma atuação psicopedagógica preventiva por parte do professor. Se o ensinante toma conhecimento deste funcionamento cerebral, pode ressignificar sua prática docente adotando uma didática que caminhe na forma sensório-motora ao funcionamento operatório formal. (Soares, 2003).
O artigo será dividido em três etapas, facilitando a explicação. Existem três formas de aprendizagem:
1)Aprendizagem Intra – Neurosensorial
2)Aprendizagem Inter- Neurosensorial
3)Aprendizagem Integrativa.
Vale ressaltar que um tipo ou forma de aprendizagem não é exclusivamente intra-neurosensorial, o que precisa ser pontuado é que se, um sistema estiver comprometido, não necessariamente irá comprometer outros. É neste sentido que uma aprendizagem pode ser estudada como intra – neurosensorial. Já a aprendizagem inter- neurosensorial é o tipo que mais nos interessa (educadores), quando se estabelece uma atuação preventiva. Estudos mostram que certa aprendizagem ocorre quando dois ou mais sistemas funcionam de forma inter – relacionada. Fazer uso da música em atividades escolares é um recurso valioso, pois há a possibilidade de trabalhar simultaneamente os sistemas auditivos, visuais e até mesmo o sistema tátil (caso a música desencadeie uma dramatização).
A proposta é dar uma aula que “facilite” o funcionamento inter desses sistemas, sem necessariamente o professor ter que saber, se a melhor forma daquele sujeito em lidar com os objetos externos é: auditiva, visual ou tátil. Montar um planejamento com esses pré- requisitos é uma forma de atuação saudável, onde Educação e Saúde possam caminhar lado a lado.
Conseqüentemente, esta atuação sob este ponto de vista, facilitará um outro tipo de aprendizagem – Integrativa.
Se o professor tiver conhecimento da modalidade de aprendizagem do seu aluno, poderá transformar- se em um facilitador do processo ensino – aprendizagem.
Exigir uma atuação padrão dos alunos é um caminho improdutivo; cada um é um, com o seu próprio tempo lógico e psicológico e cada um tem uma maneira específica de lidar com o conhecimento. Respeitar esta “veia”, este “canal” para o ato de aprender é preservar o cérebro de uma possível sobrecarga que só contribuiria para uma desintegração total da aprendizagem.
Proporcionar uma aula trabalhando com as crianças os quatro níveis de aprendizagem: Organismo – Corpo - Desejo - Inteligência ( Fernàndez, 1991) permeado pelos princípios ligados ao ato de aprender: Atividade – Criatividade – Autoridade – Liberdade (Borges, 1994) com certeza favorecerá uma atuação psicopedagógica preventiva de forma a não construir nas crianças os problemas de aprendizagem em função do desconhecimento da relação que há entre cérebro e os modos pelos quais o homem aprende.
segunda-feira, 29 de março de 2010
COGNIÇÃO
Isso pude estar verificando durante todo o tempo em que tenho a minha clinica e meus pacientes, analisar. Quantos já não vieram a mim, com dificuldades porém, com boletins com notas 10. Estranho não? Mas a realidade é que nossas crianças possuem muito potencial, mas tem que estarem sendo sempre aguçadas a curiosidade, ao diferente, para que demonstre realmente a sua verdadeira capacidade cognitiva. Àqueles que passam o tempo todo decorando ou reproduzindo textos para nota de prova, correm um sério risco de terem surpresas nos vestibulares, que a cada ano, avaliam a capacidade dos alunos de interpretação e conhecimento geral, opinião crítica.
A ciência tem estudado muito sobre o aspecto "Cognição", mas ainda tem dificuldade em explicar, como o nosso Sistema Nervoso Central, mesmo com disgnóstico de síndromoes, paralisia, ou até mesmo uma deficiência mental, ainda conseguem ter funções que exigem a cognição, com um nível de qualidade, onde algumas crianças consigam ser até mesmo "alfabetizadas". Fantástico não?
Por isso, a inclusão escolar atualmente vem sendo tão discutida e a cada dia, eu venho me perguntando, se realmente existe a Inclusão dentro da Escola. Reconhecer a diferença do pensamento e da planificação da informação para o mundo, e dar oportunidade para que isso aconteça em sala de aula, e Fazer Inclusão. Falar é fácil, fazer é muitoooo difícil. Todos nós somos diferentes, e a inclusão não acontece somente com crianças que já possuem um diagnóstico médico ou terapêutico. Muitos na sala se encontram inserido na inclusão escolar, e o professor nem ao menos sabe, por não conseguir realizar o olhar diferencial. Avaliar de diversas formas a cognição, pode inserir a criança com dificuldade escolar, e dar a ela uma qualidade de vida mais digna e tranquila. A maturação do Sistema Nervoso Central acontece de forma lenta durante o desenvolvimento infantil, e em tempos diferentes de uma criança para outra.
domingo, 21 de março de 2010
A LINGUAGEM DA CRIANÇA
Desde que nascemos, já nos comunicamos com o outro. É o corpo que exprime a primeira linguagem entre a criança e seu mundo. Depois durante o desenvolvimento, a criança começa a perceber que as pessoas que a rodeiam, se comunicam através da fala, e em suas observações vai a cada dia, aumentando seu vocabulário. Inicia com vocalizações, e depois sílabas e palavras, que começam a se tornar frases cheias de significados. A mãe neste momento ou cuidador, tem uma função essencial...a de falar com o bebê, pois necessitamos ouvir alguém falando para aprendermos a falar. Em cada cultura há uma especificidade própria da linguagem. Quando ainda pequenos, nossas células nervosas (neurônios) estão a todo vapor em suas conexões ou sinapses, e por isso quanto mais a mãe fala com seu filho, mais ele irá ouvir, e aprender as palavras que fazem parte da sua cultura e do seu pais de origem. Geralmente, mães e pais que pouco se comunicam verbalmente com seus filhos, terão crianças mais quietas.
Já o mutismo seletivo, é uma forma da criança "escolher" onde e com quem irá se comunicar verbalmente. De provável origem psicológica, ele é comum e confundido em alguns casos, com o autismo. Existem professores que relatam nunca terem ouvido a voz de alguma criança em sala de aula, porém a mesma em casa fala com a família, segundo a mãe. Estabelecer confiança e afeto, é uma forma de se trazer a criança para o mundo adulto. Obrigá-la a falar pode a cada dia, bloquear ainda mais seu comportamento, e dificultar no desenvolvimento da linguagem.
Os bebês já se comunicam com o adulto, e o olhar intenso que ele traça sob uma pessoa, já é um indício de que ele não somente reconhece o adulto, mas tem interesse em se corresponder com ele. Bebês que não interagem, podem ser crianças com dificuldades não somente afetivas, mas cognitivas. Vale a pena sempre observar e estimular com objetos e carícias.