terça-feira, 13 de abril de 2010

BEBÊS PREMATUROS DISTINGUEM OBJETOS PELO TATO


Reportagem da revista Mente Cérebro do mês de abril/2010



Recém-nascidos não enxergam nem ouvem muito bem, mas sua sensibilidade tátil é surpreendente. Antes mesmo do nascimento a capacidade manual para discriminar objetos já está bem desenvolvida, como verificaram pesquisadores da Universidade de Grenoble, na França, ao estudar prematuros nascidos após 33 semanas de gestação. O artigo publicado na revista PLoS One é o primeiro a mostrar que esses bebês, tal como os que nascem no tempo previsto, apresentam um aparato neural maduro para essa habilidade, preferem a novidade e, portanto, já estão aprendendo.

Foram analisados 24 prematuros que pesavam, em média, 1,5kg. Como a maioria deles precisa de cuidados médicos especiais na primeira semana de vida, os testes foram realizados 15 dias após o parto. O experimento se baseou no conceito da habituação, no qual os bebês, uma vez expostos a diferentes estímulos sensoriais, exibem maior interesse pela sensação nova e respondem cada vez menos àquilo que já foi apresentado.

Os pesquisadores colocaram na mão dos bebês um prisma e um cilindro, de forma alternada e repetida. Se fossem mesmo capazes de discriminar os dois objetos, os pequenos os segurariam por mais tempo quando fossem apresentados pela primeira vez. manipulando-os menos tempo na segunda vez, e assim sucessivamente. Quando o estímulo fosse trocado (o prisma pelo cilindro, e vice-versa), eles demorariam mais tempo para soltar o objeto. Foi exatamente o que aconteceu, sem haver diferença entre os testes que usaram a mão direita ou a esquerda.

Os resultados são surpreendentes também porque a coordenação motora dos bebês nessa idade é bastante limitada, o que mostra a maturidade dos receptores táteis e das vias neurais responsáveis pelo processamento desse tipo de estímulo. É bem possível que essa habilidade esteja bem desenvolvida também em outras partes da superfície corporal, o que explicaria a importância do contato físico - sobretudo com a mãe - nessa fase inicial da vida, segundo os autores. Para eles, essas evidências devem ajudar profissionais de neonatologia a otimizar a manupulação dos bebês prematuros para reduzir o estresse do ambiente hospitalar.

O poder do toque: recém-nascidos têm sensibilidade tátil supreendente; fato explica por que o contato físico, sobretudo com a mãe, é fundamental nesssa fase.

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