sexta-feira, 16 de julho de 2010

PRAXIA FINA

A mão é a parte central da função da praxia fina. Começou a ser muito utilizada pelos primatas, e também sofreu diversas modificações em suas funções. Por isso podemos dizer que hoje a mão é a parte do corpo que mais utilizamos, pois através dela temos acesso ao mundo que nos rodeia, permitindo que desde bebês tenhamos acesso ao meio ambiente que nos rodeia e também ao corpo.
No início do crescimento infantil, a mão torna-se uma das principais formas de diálogo tônico do bebê com sua mãe. Durante a amamentação a criança pode segurar no seio da mãe, e toda sua temperatura é reconhecida pelo bebê através deste toque.
O bebê nas fases iniciais do seu desenvolvimento utiliza mais a palma da mão (reflexo palmar), que irá posteriormente deixar de ser um reflexo para ser um movimento intencional.
Os movimentos mais precisos, como o de pinça realizado pelos dedos polegar e o indicador da mão, vão sendo aprendidos e cada vez mais utilizados nas fases pré escolar e escolar da criança. Mais tarde, a mão se torna um membro fundamental na execução da escrita (forma de representação gráfica da comunicação humana), sendo efetuada pela preensão destes dois dedos com o lápis.
Segundo Bower (in FONSECA,1992:247), a capacidade de preensão de onde evolui ontogeneticamente a praxia fina, pode revelar-se antes do nascimento. A mão é muito utilizada também pelos fetos, com 14 a 16 semanas de gestação, onde já é possível se visualizar toques (em si mesmo) em algumas partes do seu corpo.
FONTE: DO ABANDONO AO REENCONTRO COM O DIÁLOGO TÔNICO (Luciana Gurgel,2007)

PRAXIA GLOBAL

Segundo Ajuriaguerra (in FONSECA, 1992:224), “a organização práxica decorre da coordenação de três subsistemas fundamentais: o somatograma (conhecimento integrado do corpo), os engramas (integração cognitiva e emocional das experiências anteriores) e o apticograma (integração dos estímulos externos que abrangem a função gnóstica).”
Há sinais de descoordenação mais característicos como: “dismetrias, que retratam a inadaptação às distâncias e aos movimentos exagerados e mal-inibidos; as distonias, que identificam os movimentos tônicos, involuntários, intermitentes e certas paratonias¹° sem qualquer significação funcional; as disquinesias, que identificam os movimentos anormais que surgem efetivamente nas posturas ou nos gestos finalizados, normalmente anárquicos e bruscos, característicos das sacudidelas breves e parasitas, e, por último, as dissincronias, que sugerem inadequada velocidade dos movimentos com dissincronismo e ausência de sinergias a demonstrar desintegração rítmica óbvia, ou seja, a perda de melodia cinética, que segundo Lúria, traduz a realização da praxia.”(FONSECA,1992:228).A praxia é o ato motor harmonioso, provocado pela interação de vários fatores psicomotores importantes como a tonicidade, a equilibração, a lateralização, a noção do corpo, e a estruturação espaço-temporal, ocorrendo de forma precisa e eficiente.
fonte: DO ABANDONO AO REENCONTRO COM O DIÁLOGO TÔNICO (Luciana Gurgel,2007)