quarta-feira, 30 de junho de 2010

O QUE UMA CRIANÇA DE 3 A 6 ANOS CONSEGUE FAZER?


“Seu desenvolvimento postural permite subir escada colocando um pé em cada degrau, ficar sobre uma perna só e pedalar o triciclo. Não precisa mais usar fraldas, pois já consegue controlar bem a bexiga de dia e também durante a noite.
Como seu desenvolvimento intelectual está a todo vapor, os desenhos começam a ganhar forma. Faz bolas, bonecos, desenha a mamãe, o bebê, o papai. Também consegue colorir os seus desenhos e conhece os números até 10. Sabe inclusive dizer qual o seu sexo.
Seu vocabulário compreende mais de 1000 palavras e ele continua a perguntar incansavelmente o nome dos objetos que não conhece. Sua fala já é elaborada e suas frases completas, com verbos, pronomes, advérbios e artigos.
Socialmente, a criança está mais preparada para se ajustar a novas rotinas como, por exemplo, ir à escola. Nessa idade, ela se despede dos pais com mais facilidade, pois já tem capacidade de entender que eles voltarão para buscá-la mais tarde.
Com 3 anos, os pequenos conseguem receber instruções e obedecê-las, como, por exemplo: “é hora de guardar os brinquedos e lavar as mãos para almoçar”.
Uma grande diversão para eles é participar das tarefas da casa. E eles já são capazes de dar uma mãozinha, ajudando a lavar frutas, guardando livros e revistas espalhados pela casa, passando um paninho para tirar o pó dos brinquedos. Essas atividades ajudam a criança a desenvolver sua auto-estima e sua independência. “
É nesta idade que a criança começa a nos mostrar o quanto e como está aprendendo. Devido a sua maior agilidade motora para realizar tarefas e atividades, e também a sua linguagem verbal estar mais refinada, a criança vai se apresentando mais rápida nas respostas das comandas apresentadas pelo adulto. É importante ressaltar, que ainda é uma criança, e não um mini adulto. Portanto, deve ter em seu tempo diário, espaço para as brincadeiras e atenção familiar. È muito comum hoje em dia, vermos as crianças cheias de atividades extra escolares, tais como, natação, inglês, judô, computação, e sua agenda lotada sem tempo para mais nada. Sobrecarregar os pequenos com excessos de atividades, pode trazer sérios problemas psicológicos e cognitivos, já que mesmo seu cérebro estando no seu auge da aprendizagem global, necessita também de outras atividades. O brincar faz parte do desenvolvimento infantil, e é errado acharmos que dando muitas atividades de trabalho mental, deixaremos nossas crianças mais inteligentes. As funções cerebrais se comunicam, e as atividades psicomotoras (afetivas, cognitivas e motoras) estão presentes nas brincadeiras. Os antigos egípcios já brincavam. “Uma brincadeira que as crianças brasileiras conhecem com o nome de corrupio já era mostrado em relevos do antigo Egito. Nele, duas pessoas em pé colocam os pés em contato pelos dedões. Uma delas se inclina para trás, amparada pelas mãos da outra. Ambas giram: uma ereta como um pino central e a outra, inclinada, rodopia ao redor. É preciso manter a harmonia do movimento e o equilíbrio perfeito. Os egípcios chamavam esse folguedo de erguendo a parreira, por compararem a tontura que ele causa com a sensação da embriaguez. Correr atrás de um aro é outra brincadeira que praticamos ainda hoje. No Egito dois jogadores competiam impulsionando o arco rapidamente. Cada participante segurava um bastão curvo para impedir que o adversário lhe arrebatasse o aro. Era necessário realizar manobras precisas com o corpo e ter observação acurada, particularmente porque o bastão era usado tanto para puxar o arco, quanto para impedir que caisse ao chão. O cabo de guerra é outro jogo que já existia entre os egípcios. Ao invés de usarem uma corda ou um cabo, as crianças faziam uma corrente humana e riscavam uma linha no solo separando as duas equipes. Os chefes de cada grupo ficavam frente a frente segurando-se pelos braços e apoiavam a planta de um dos pés na planta do pé do adversário. Enquanto isso, atrás deles, cada participante agarrava a cintura do companheiro da frente. As equipes puxavam os adversários para seu território e seria vencedor o grupo que conseguisse fazer o time contrário atravessar a linha demarcatória do chão. Essa brincadeira ainda é praticada atualmente na zona rural egípcia. Uma variante dessa contenda é descrita por Pierre Montet: As crianças jogavam todos os jogos que não exigiam grandes meios. Se o número de rapazes chegava, dividiam-se em dois campos. Em cada campo, cada jogador passa os braços em volta do camarada que o precede. Os dois primeiros defrontavam-se pé contra pé, cruzavam as mãos e esforçavam-se mutuamente por se derrubarem. Os que estavam à retaguarda, encorajavam o seu chefe de fila: O teu braço é mais forte do que ele, muito mais. Não o largues! Os outros respondiam: Este campo é mais forte do que tu. Agarra-os, camarada!”

MASSAGEM EM BEBÊ



Para dar as boas vindas a um bebê, não há nada melhor do que acariciá-lo delicadamente, como no toque da borboleta, um jeito gostoso de você e seu filho se conhecerem.
O oriente descobriu há milênios que o toque é essencial para o desenvolvimento integral do ser humano. Pouco a pouco, nossa civilização vai descobrindo que carícias fazem bem ao corpo e à alma e que quanto mais cedo têm início, melhor. Foi pensado na importância da estimulação tátil desde os primeiros dias de vida, que a americana Eva Reich criou uma massagem para bebês, o Toque da Borboleta.
No Brasil, primeira divulgadora da técnica é a pedagoga Maria Aparecida Alves Giannotti, autora do livro Massagem para bebê – Toque da borboleta. Desde 1981, ela adotou a massagem que tem a vantagem sobre a shantalla de não exigir o uso de óleos e de poder ser feita desde os primeiros dias por ser muito suave.
Muitos benefícios
"A criança avança em termos de desenvolvimentos cognitivo, motor, de autopercepção e efetivo", explica a pedagoga. A primeira é quanto ao padrão de sono, que se torna mais estável.
O toque aumenta a resistência a doenças. Maria Aparecida conta que um pediatra americano dividiu os seus pequenos pacientes em dois grupos. Parte das mães foi orientada a tocar as costas do filho diariamente enquanto as demais não.
Resultado: as crianças que haviam sido tocadas apresentavam menor incidência de doenças infantis. A enfermeira Ruth Rice, que trabalha com prematuros nos EUA, e a própria Eva Reich constataram que os recém-nascidos estimulados através do toque da borboleta apresentavam melhor desenvolvimentos neurológico e melhores reflexos em relação aos que recebiam atendimento de rotina.
A criança desnutrida também sai ganhando - "Muitas vezes, a desnutrição é também de afeto e carinho. A partir do estabelecimento de vínculos afetivos, ela começa a comer. Conseqüentemente, desenvolve-se fisicamente e aceita melhor o carinho"- diz maria Aparecida.
Como é a massagem
No toque da borboleta, os movimentos, sempre suaves, começam na cabeça e vão descendo até os pés. São simétricos e feitos primeiro na frente e depois atrás. No final, o bebê é embalado durante um minuto. "O balanço é superimportante. Segundo o cientista americano Ashley Montegu, ele melhora a digestão. Nos berçários dos hospitais americanos há uma cadeira de balanço para a enfermeira, principalmente em berçários de alto risco", afirma a pedagoga.
Antes de começar, lave as mãos, enxugue-as e esfregue-as, isso concentra a energia. Cada movimento é feito com extrema delicadeza. Só há dois lugares em que se exerce uma certa pressão: na palma das mão e na sola dos pés, sempre em direção aos dedos. Segundo a medicina tradicional chinesa, na sola dos pés estão projetados todos os órgãos. Ao ser massageada, automaticamente os órgãos internos também o são. Para os menos crentes nas técnicas orientais, vale lembrar que mãos e pés contêm muitas terminações nervosas. Mais importante do que a técnica é o modo como é feita. Nada de passar a mão e pronto. Tem de ser uma relação afetuosa, com o adulto olhando atentamente o bebê. Caso tenha sido um parto difícil, às vezes, o bebê não gosta que se toque a sua cabeça. Aí, você pode começar a massagem pelas costas.
Olho no olho
No toque da borboleta, o olhar é tão fundamental quanto a carícia. "Já vi belas fotos de recém-nascidos olhando atentamente para o olhar da mãe. Há um estudo comparando bebês prematuros em que a mãe ficava um longo período olhando para a criança e bebês que não recebiam esse tipo de atenção. Os primeiros desnvolveram um QI bem maior do que os demais".
O lugar ideal
Escolha um ambiente calmo. Dê preferência ao local mais aquecido da casa ou, então, à hora mais quente do dia. Lembre-se que seu filho fica nuzinho durante toda a massagem. Coloque-o sobre um colchonete coberto com um lençol ou uma toalha, pois é comum ele fazer xixi devido ao relaxamento produzido pelo toque.
O melhor horário
Evite fazer a massagem logo depois de alimetar a criança, pois toda a sua energia está focalizada na digestão, ou quando ela estiver com muita fome. Antes ou depois do banho é um bom horário. Aproveite também o tempo em que a criança estiver na banheira para fazer alguns movimentos adicionais. O ideal é tocar a criança três vezes por dia.
Quando o bebê está maiorzinho, dificilmente a mãe conseguirá fazer a massagem mais do que uma vez, pois ele se mexe muito. Se a mamãe quiser aproveitar o momento para ficar conversando com o pequeno, a duração da massagem pode atingir até meia hora. Tudo depende da disponibilidade de ambos.
A massagem pode ser feita desde o nascimento, mesmo em prematuros. É importante, no entanto, respeitar os limites da criança. Se ela demonstrar que não quer ser massageada, não force. Apenas toque o campo energético do bebê (ao redor do corpo), dinamizando-o com movimentos circulares. Isso acalma a criança e possibilita que a massagem seja feita logo em seguida.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

A EXPRESSÃO CORPORAL E A INFÂNCIA

"A expressão corporal é uma conduta espontânea pre-existente, tanto no sentido ontogenético como filogenético;é uma linguagem através do qual o ser humano expressa sensações, emoções, sentimentos e pensamentos com seu corpo, integrando-o, assim, às suas outras linguagens expressivas como a fala, o desenho e a escrita.
O objetivo dessa atividade, que em sua forma especificamente organizada chamamos de expressão corporal, é de nós mesmos tanto para nossa postura, atitudes, gestos e ações cotidianas como para nossas necessidades de exprimir,comunicar, criar, compartilhar e interagir na sociedade em que vivemos. Sem o corpo o homem não existe como tal; valorizamos o corpo à medida que contemplamos o ser humano enquanto entidade que deve desenvolver-se como uma estrutura integrada em movimento, e questionamos a progressiva dicotomização que nossa sociedade tende a fomentar entre nossas áreas psíquica e corporal.
A expressão corporal, como linguagem imediata, afirma o conceito do ser humano expressando a si mesmo, consigo mesmo, sem uma necessidade peremptória* de recorrer a elementos ou instrumentos alheios a ele, o que não significa que em alguns momentos desse processo não possa se servir desses instrumentos.
Consideramos a atividade organizada sob o nome de expressão corporal, dotada de objetivos específicos, como uma atividade artística, desde que por artístico se entenda tudo aquilo que desenvolve a sensibilidade, a imaginação, a criatividade e a comunicação humana.
É uma linguagem por meio da qual o indivíduo pode sentir-se, perceber-se, conhecer-se e manisfestar-se. É um aprendizado em si mesmo: o que o indivíduo sente, o que quer dizer e como quer dizê-lo.
Aprendizado de si mesmo: com esse conceito não estamos dizendo que os atos da criança percam a espontaneidade, mas que, pelo contrário, o ser humano é por natureza um ser espontâneo que põe em jogo, a cada instante, a sua capacidade criativa.
Nesse aprendizado de si mesmo apelamos à sua possibilidade de transformação e ao aproveitamento de sua própria espontaneidade e criatividade com o objetivo de chegar a um maior aprofundamento e enriquecimento de sua atividade natural.
A expressão corporal é, assim, uma espécie de estilo pessoal de cada indivíduo, manifestando através de seus movimentos, posições e atitudes.
É o aprofundamento de si mesmo, mas não só isso, uma vez que esse aprofundamento tem uma finalidade: comunicar-se. É o aprofundamento da maneira de interagir com outros. Isso implica que, embora não haja necessariamente um aprendizado de uma série de passos ou gestos preestabelecidos, chegar-se-á à concretização de certos padrões de conduta compartilhados. Existe em cada indivíduo a necessidade básica de poder expressar-se tal como é, e o desejo de que essa expressão, mesmo não sendo compartilhada, seja compreendida por ele ou pelos outros.

* decisiva

fonte: Expressão corporal na pré-escola (Patricia Stokoe e Ruth Harf)

A PSICOMOTRICIDADE E O BRINQUEDO


"É uma verdade que o brinquedo é apenas o suporte do jogo, do brincar, e que é possível brincar com a imaginação. Mas é verdade também que sem brinquedo é muito mais difícil realizar a atividade lúdica (...). Se a criança gosta de brincar, gosta também de brinquedo. Porque as duas coisas estão intrinsicamente ligadas. (Vital Didonet)
"Como já vimos, o ato de brincar é fundamental para a formação física, emocional e intelectual da criança. E os brinquedos são ferramentas que podemos oferecer aos nossos filhos para ajudá-los a se desenvolver da maneira mais saudável possível. Pensando assim, sentimos certa aflição, decorrente da nossa grande responsabilidade nesse sentido, ao nos vermos obrigados a escolher um brinquedo. Buscamos sempre o brinquedo ideal. No entanto, esse é um conceito que não existe. Cada tipo de brinquedo pode estimular determinadas qualidades e habilidades da criança.
Lembre-se de que o conhecimento da fase de desenvolvimento na qual a criança se encontra é fundamental para escolher um brinquedo adequado. Você vai se perguntar, mas afinal, o que isso significa exatamente?
É importante ressaltar que as fases do desenvolvimento podem tomar tempos diferentes para cada criança. Quando fazemos separações e classificações por idades, é preciso levar em conta que se trata de uma aproximação, de uma média que reflete o tempo de maturação da maioria das crianças, podendo, no entanto, haver variações significativas de indivíduo para indivíduo. Se a criança apresenta alguma dificuldade com os brinquedos da idade apontada, não hesite em priorizar a criança e não o rótulo. Se você, como pai, observa no seu filho uma defasagem muito grande com relação à sugestão de idade apresentada, busque uma orientação especializada, pois algumas crianças especiais não terão a idade cronológica correspondendo à etapa do seu desenvolvimento. Nesse ponto, a atitude dos pais é fundamental para que a criança se sinta valorizada nas suas capacidades, independentemente de suas limitações.
Acontece com alguma frequência os pais acharem que a criança está à frente do desenvolvimento previsto para a sua idade. Embora isso possa ser verdade em alguns casos, de um modo geral os pais tendem a supervalorizar os filhos. Não há nada de errado nisso, mas devemos ficar atentos ao perigo de oferecer à criança brinquedos que estejam além da sua capacidade. Isso pode ser bastante prejudicial, causando muitas vezes frustação e abalando sua auto estima. Ela se sentirá dependente do adulto para brincar e provavelmente o potencial do brinquedo ficará inexplorado.
Existe uma grande variedade de tipos de brinquedos, jogos e atividades, principalmente para as crianças com três anos ou mais. É fundamental que a criança possa dispor da maior variedade possível de tipos de brinquedos, visto que cada um contribui mais diretamente com alguns aspectos do seu desenvolvimento.

fonte: Brinca comigo: tudo sobre o brincar e os brinquedos (Silvia Zatz, André Zats, e Sérgio Halaban)